O estudo fornece uma visão sobre as principais tendências que irão moldar o setor alimentar nos próximos anos, analisando os resultados de entrevistas exclusivas com 60 CEO europeus do setor alimentar, e de um questionário a mais de 12 mil consumidores em nove países europeus.
Ainda antes do impacto da invasão da Ucrânia nos preços da energia e no custo de certos produtos chave, o setor alimentar esperava que as condições do mercado se agravassem em 2022, considerando a queda das vendas após o recuo dos efeitos da pandemia e a pressão nos preços e na concorrência.
As tendências indicam que o setor alimentar vai sofrer uma forte pressão sobre as margens, uma vez que a inflação irá aumentar os custos dos retalhistas e impactar o poder de compra dos consumidores; que a procura se vai tornar polarizada, ou seja, que os consumidores com rendimentos mais elevados, gerações mais jovens e agregados familiares mais numerosos planeiam comprar mais produtos saudáveis, sustentáveis e premium e, por outro lado, os consumidores em agregados familiares com rendimentos mais baixos indicaram uma maior sensibilidade ao preço, com muitos a planear apostar em produtos mais baratos (incluindo de marca própria, como fizeram em crises passadas).
Outra das tendências é o crescimento online tornar-se mais lento com ofertas mais diferenciadas; assim como a procura por novas fontes de lucro, através de advanced analytics e inteligência artificial, ou através da entrada em novos fluxos de receitas. Por fim, a última tendência é o desafio da atração de talento com 39% dos CEO do setor alimentar a apontarem a atração do talento certo como um dos seus principais desafios.
O relatório também recapitula a evolução da indústria em 2021, com o retalho do setor alimentar europeu impactado pelos efeitos prolongados da pandemia, o surgimento de players de entrega imediata e a inflação. Assim, as vendas diminuíram 0,6% em comparação com o ano anterior, nível ainda quase 10% superior ao de 2019. Simultaneamente, os volumes diminuíram 2,1%, decréscimo que foi parcialmente compensado por um aumento de 0,2% no comércio e uma inflação significativa dos preços dos alimentos de 1,3%.
Os retalhistas online e discounters continuaram a ter um desempenho superior ao do mercado, com receitas online a aumentar 8,8% em toda a Europa, em comparação com 2020. No entanto, apesar da queda das vendas nas lojas físicas, os retalhistas continuaram a expandir as suas redes de lojas, com o espaço de vendas disponível a aumentar 2,4%. As discounters aumentaram ligeiramente as suas vendas (0,3%), enquanto os supermercados perderam 1,2% e os hipermercados 2,6% em receitas.
Fonte: Lift