“Neste momento, a nossa política abrange 24 pessoas – o que corresponde a 1,3% do total da nossa comunidade –, as quais consideramos uma mais-valia por fazerem parte do nosso dia, quer pelas funções que desempenham, quer pela componente humana”, comenta. Salienta que tem sido fantástico assistir à cumplicidade que se cria entre os tutores e os novos colaboradores, sendo visível a felicidade estampada nos rostos por poderem ser úteis e assistir ao seu desenvolvimento quer a nível das capacidades sociais, quer das suas competências para o trabalho. A FNAC, prossegue, nunca fez qualquer tipo de discriminação na seleção, recrutamento e integração dos seus colaboradores, pelo que não discrimina sexo, religião, raça, orientação política ou idade, entre outros – e todos são incluídos nos processos de seleção, desde que se enquadrem no perfil desejado. “Com isto, temos contactado instituições públicas e privadas, localizadas nas áreas de influência das nossas lojas, de forma a realizar acordos, protocolos de inclusão ou contratos de trabalho com pessoas consideradas deficientes e que de alguma forma e infelizmente sejam ou tenham sido alvo de discriminação no mercado de trabalho. Julgamos que a sua integração neste mercado deve ser valorizada para ambas as partes e, no nosso caso, o resultado tem sido muito positivo e valorizado por todos os nossos colaboradores e clientes”, sublinha.
Neste âmbito, Joaquim Almeida adianta que o objetivo da FNAC é integrar, pelo menos, oito pessoas por ano e conseguir que estas pessoas tenham um peso no total dos colaboradores FNAC superior a 2%. “O que pretendemos é continuar a fazer a integração de pessoas com incapacidade, de uma forma controlada e garantindo o seu acompanhamento. Só assim podemos proporcionar a estas pessoas uma experiência positiva, permitindo-lhes uma vida profissional inclusiva e plena”, refere, realçando que a FNAC tem dado maior atenção à integração de pessoas com algum grau de incapacidade física ou mental, independentemente da idade. “É também por sermos solidários com estas situações que nos associámos ao projeto Café Joyeux – a primeira família de restaurantes-cafés solidários que proporcionam oportunidades de trabalho e formação a pessoas com trissomia 21 ou com perturbações do espectro do autismo, oportunidades de formação e emprego”, nota.
Este é um projeto que nasceu em França, em 2017. Hoje existem cinco Cafés Joyeux (Paris, Rennes e Bordéus), que empregam mais de 50 colaboradores, tendo como objetivo incentivá-los a ganhar confiança, experiência e a sentirem-se totalmente integrados no mundo laboral. Esta família chegou a Portugal, no dia 23 de novembro, na Calçada da Estrela, em Lisboa, através de um acordo entre a Associação VilacomVida e a Fundação Émeraude Solidaire. “Assim que tivemos conhecimento deste projeto, há uns meses, sentimos que era nosso dever ajudar a comunicá-lo a uma escala nacional de forma a tentar acelerar a sua expansão em Portugal, pelo que estamos a atuar através de uma angariação de fundos. Acreditamos no poder da inclusão para a promoção de uma sociedade melhor e sabemos que o nosso papel na promoção deste tipo de causas a nível nacional pode fazer toda a diferença”, remata.
Fonte: Store