sexta-feira, 10 março 2023 10:30

APED diz que retalho não aumentou margens de comercialização

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) contesta as conclusões da ASAE sobre subida de preços dos alimentos, afirmando que o setor do retalho alimentar não aumentou as margens de comercialização.

Em comunicado no seguimento das informações veiculadas esta quinta-feira pelo Ministério da Economia e do Mar sobre o preço dos produtos alimentares, a APED afirma que “o setor da Distribuição e Retalho está sempre do lado da solução e não engana os consumidores”. A associação lamenta que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tenha produzido um relatório do qual este setor "não tem conhecimento nem foi convidado a dar os seus contributos".

“O setor da Distribuição atua de forma séria, responsável e com respeito pela lei e pelos consumidores e não pode aceitar ficar com o anátema da inflação e do aumento de preços”, sustenta a APED no documento.

Afirmando encarar com “naturalidade” o facto de ser “um dos setores económicos mais escrutinados”, defende que “em momento algum pode ficar a dúvida que os associados do retalho alimentar desenvolvam uma conduta premeditada para prejudicar os consumidores”.

A APED apela à ASAE para que “cumpra o que prometeu”, analise toda a cadeia de valor e promova uma “comunicação clara, objetiva e sustentada em evidências, que contribua para a promoção de um ambiente de serenidade junto dos consumidores”.

“O negócio da Distribuição alimentar é um negócio de volume e não de margem. A margem média do setor do retalho alimentar é, em todo o mundo, na ordem dos 2 a 3%, que compara com margens da indústria na ordem dos 15 a 20%. O sector do retalho alimentar não aumentou as margens de comercialização e reinventou-se para absorver o acréscimo generalizados dos custos operacionais, evitando que o ónus da inflação em geral para o consumidor fosse muito superior”.

A APED realça que a distribuição "está a comprar os produtos cada vez mais caros", já em 2023, aos fornecedores (indústria e produção), indicando que estes aumentos no início da cadeia refletem a subida dos custos dos fatores de produção decorrentes dos aumentos dos preços dos fertilizantes, das rações e de outros custos relevantes. A associação aponta o caso “flagrante do leite”, que “está 75% mais caro nas lojas, precisamente o aumento que os fornecedores passaram para a distribuição", indicando que "isso mesmo foi referido há três dias pela FENELAC [Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite]".

Fonte: LPM

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