Embora a operação em Portugal, a única da cadeia fora de Espanha, tenha gerado prejuízos de "mais de 50 milhões de euros" - que comparam com 65 milhões de euros no ano passado - o presidente da Mercadona, Juan Roig, deixou claro que está "muito contente" com os resultados obtidos em Portugal e que espera alcançar a rentabilidade a médio prazo.
A Mercadona prevê duplicar o investimento de 140 milhões para 280 milhões de euros este ano em Portugal, com a grande fatia a ser canalizada para o bloco logístico que está a ser construído em Almeirim, em Santarém, que será o maior da retalhista na Península Ibérica, com inauguração prevista para 2024.
Para o próximo ano está prevista a abertura de dez lojas, o mesmo número do ano passado, sendo que a expansão vai ser feita agora no centro do país, antes de seguir, daqui a dois anos, para sul.
As vendas em Portugal representaram 2,37% do total da faturação da insígnia em 2022, que subiram 11% para 31.041 milhões de euros, com "muito de inflação", sublinha Juan Roig. Do total, 540 milhões de euros foram faturados através das vendas "online".
A subida dos gastos (em mais de 500 milhões em 2022) cortou a margem da empresa em 0,6 pontos, o que se traduziu "numa das mais baixas rentabilidades da sua história", correspondendo a 0,025 euros de lucro por cada euro vendido, face aos 0,027 euros de 2021. O lucro líquido atingiu 718 milhões de euros, refletindo um aumento de 5% comparativamente a 2021.
Já a contribuição tributária da cadeia de supermecados para os cofres públicos de Portugal e Espanha foi "histórica", subindo 12% em 2022 para 2.263 milhões de euros.
Em 2023, a Mercadona prevê faturar 32.000 milhões de euros, ou seja, sensivelmente mais 3% do que em 2022, investir 1.100 milhões de euros, criar 1.000 postos de trabalho e fechar com um lucro líquido idêntico ao do ano passado.
A Mercadona tem 39 supermercados em Portugal, onde emprega 3.500 colaboradores.
Fonte: LLYC