sexta-feira, 18 agosto 2023 13:09

APHORT: O desafio de tornar o turismo novamente atrativo

A falta de recursos humanos no setor do turismo não é um problema de agora. É o que afirma o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), Rodrigo Pinto de Barros, reconhecendo, embora, que a pandemia veio acentuar esta situação e, simultaneamente, desencadear uma série de novas questões.

Atribui a falta de recursos humanos ao fato de o turismo viver, na sua essência, do atendimento humano e da prestação de serviços presenciais, tendo, por isso, sido bastante afetado pelo confinamento, que representou um enorme condicionamento para as empresas do setor.

Rodrigo Pinto Bastos recorda que a maioria das empresas de turismo foi obrigada a fechar ou a reformular a sua dinâmica e a sua estrutura de trabalho, uma vez que o teletrabalho não era uma opção neste contexto. Assim, muitos foram os colaboradores enviados para casa, sem poderem continuar a desempenhar as suas habituais funções.

Devido ao lay off, o regresso ao turismo foi sendo adiado, o que fez com que muitas dessas pessoas acabassem por procurar alternativas em setores que conseguiram manter a sua atividade. Em consequência, esses trabalhadores experimentaram outras realidades laborais com horários mais “convencionais” e exigências diferentes em termos de disponibilidade. Passaram, assim, a dispor de mais tempo para si e para a família e esta perceção fez com que, em muitos casos, a decisão de não regressar ao setor do turismo se tenha tornado irreversível.

“Esta mudança, consciente e deliberada, registou-se a nível global, não tendo sido, sequer, um fenómeno exclusivo deste setor”, afirma o presidente da associação, reconhecendo que esta área de trabalho tem características muito específicas, o que torna exigente a missão de conciliar a vida profissional com a rotina familiar.

Admite que estes são aspetos difíceis de ser alterados. Contudo, cada vez mais, as empresas do setor estão atentas a esta realidade e procuram encontrar soluções que permitam tornar o trabalho no turismo novamente atrativo para a captação de mão de obra. Contudo, alerta para o facto de este tipo de mudanças levar o seu tempo, até porque nem todas as empresas têm condições para as implementar ao mesmo ritmo.

Na APHORT, acredita-se que o caminho para a resolução desta crise passa por um esforço de adaptação conjunto, quer por parte dos empresários, quer por parte dos

trabalhadores. E, nesse sentido, no âmbito da negociação da contratação coletiva de trabalho, tem procurado debater soluções com vista a encontrar um equilíbrio justo para ambas as partes, que sejam capazes de refletir e aproximar estas novas realidades e vontades. “Compete às empresas serem flexíveis e criativas, de forma a terem a capacidade de oferecer um conjunto global de benefícios, com interesse e valor para os seus trabalhadores”, remata.

 

Fonte: Store Magazine

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