quinta-feira, 03 agosto 2023 09:39

Comércio mundial vai crescer 1,9% em 2023

O mais recente Economic Outlook da Crédito y Caución mostra uma ligeira melhoria nas previsões de crescimento do comércio mundial. A perspetiva é que as trocas de mercadorias a nível global cresçam 1,9% em 2023.

Embora esta percentagem represente um abrandamento face aos 3,2% registados em 2022, está 0,4% acima do esperado há seis meses. Esta melhoria nas previsões para o comércio está alinhada com a maior procura esperada de importações por parte dos EUA e da União Europeia, o que evitará um crescimento negativo em 2023 no global do ano. A reabertura da China não só aumentará as suas importações, como conduzirá a uma redução dos custos comerciais e das pressões sobre a cadeia de fornecimento mundial.

Segundo o estudo, entre os fatores que continuam a pesar sobre o crescimento do comércio, o aumento dos custos financeiros devido ao endurecimento das políticas monetárias tem um impacto particular sobre o comércio de bens de capital, cujas exportações dos EUA, Alemanha e Japão caíram nos primeiros meses de 2023. Além disso, os fluxos de investimento direto estrangeiro estão sob pressão. Em terceiro lugar, após a pandemia, houve uma mudança na procura para os serviços, o que pesa sobre a evolução do comércio de bens. Esta tendência é agravada pelos aumentos dos preços da energia, que dificultam a produção em países como a Alemanha. Por último, “prossegue o colapso comercial entre a União Europeia e a Rússia e, embora não haja sinais de dissociação em relação à China, verifica-se uma diminuição do seu comércio com os EUA, em especial nos setores de TIC”.

No que diz respeito à evolução do comércio por setor em 2022, os vencedores setoriais no período da pandemia estão agora a perder participação e vice-versa. Verifica-se uma deslocação da procura de bens para os serviços, especialmente turismo e transportes. Países como o Reino Unido, França, Espanha ou Itália, recuperaram o terreno perdido durante a pandemia, o que não aconteceu nos EUA, Japão, Austrália ou Tailândia, em grande parte devido ao efeito das restrições da China. A normalização para os níveis de consumo de 2019 gera potencial comercial em produtos automóvel, aeroespaciais ou turismo. No entanto, os semicondutores que dispararam a sua procura durante a pandemia veem uma inversão na tendência. As economias avançadas da Ásia com interesses nestes setores, como a Coreia do Sul e Taiwan, estão a sofrer o maior impacto. Por região, em 2022 foi registado um crescimento positivo na maioria das regiões, com exceção da China, devido à sua política de Zero Covid, e da Europa de Leste, mais afetada pela guerra na Ucrânia.

Fonte: Crédito y Caución

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