segunda-feira, 02 agosto 2021 17:06

Ricardo Vargas: O C-level na implementação de Inteligência Artificial

Porque é a inteligência artificial uma oportunidade desaproveitada, arriscada e difícil? É a esta pergunta que o CEO da Consulting House, Ricardo Vargas, procura responder neste artigo, deixando a visão de que é necessária uma alteração radical na forma de produzir e utilizar informação.

"Estes nomes dizem-lhe algo? “Watson for oncology”, da IBM; “AI enabled HR”, da Amazon; “Bob and Alice chatbots”, do Facebook? Sabe o que todos têm em comum? São projetos de Inteligência Artificial (IA) falhados.

É difícil ter retorno em IA: 40% das empresas que investem forte não reportam ganhos, de acordo com um estudo feito em 97 países e 29 indústrias, com mais de 2.500 respondentes. No mesmo relatório, 90% dos inquiridos concorda, no entanto, que a IA representa uma oportunidade de negócio para a empresa.

Porque é a IA uma oportunidade desaproveitada, arriscada e difícil?

Os CEO justificam com razões tecnológicas, data strategy, infraestruturas e ferramentas. Invocam concorrentes, expectativas irrealistas, desconhecimento do que é a IA, das suas aplicações e processos relacionados: recrutamento, formação, gaps de competências, ameaças de segurança, questões éticas, etc.

Uma das razões principais para o falhanço de iniciativas de IA é a subestimação, ou ignorância, do seu impacto cultural na empresa. Para liderar em IA é necessária uma mudança de cultura empresarial que tem de ser gerida pela equipa executiva.

A IA requer uma alteração radical na forma como produzimos, gerimos e utilizamos informação. Para funcionar, estes três processos devem ser descentralizados a toda a empresa. Isto requer práticas de liderança específicas: empowerment, partilha de informação, promoção da diversidade cognitiva, inclusão, ethical accountability, gestão deliberada da cultura.

Quando apoio CEO e suas equipas em processos de desenvolvimento, encontro um nível inesperado de ineficiência. Por inadequação dos sistemas de governance ou por atitudes individuais. Se o topo da empresa não tem nem promove as práticas adequadas, o retorno dos projetos de IA é negativo.

Investigação em gestão nos últimos 25 anos comprova que uma equipa executiva eficaz aumenta return on equity, return on sales, return on investment, crescimento de vendas, produtividade, rentabilidade, quota de mercado, inovação, entre outros.

As equipas executivas estão a deixar muito dinheiro em cima da mesa. A sua ineficiência é multiplicada em projetos e processos em toda a empresa. As iniciativas de IA são sensíveis a esta ineficiência porque dependem das práticas de liderança implementadas.

A questão é: quanto dinheiro podem as empresas continuar a desperdiçar? Quantas oportunidades de negócio se terão de perder antes de resolver o problema pela raiz?"

Fonte: Store

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