quinta-feira, 14 julho 2022 08:32

O retalho como empregador: um setor em transformação

O Sales & Operations Director da Randstad Portugal, Pedro Sousa, analisa algumas das ideias associadas ao emprego no retalho, mostrando os fatores que tornam o setor atrativo para trabalhar.

“No primeiro trimestre de 2021, o retalho empregava 27,5 milhões de pessoas na União Europeia e era o setor com mais empregos gerados em Portugal. É um setor estratégico na economia e no desenvolvimento do país, pelo que o futuro deve passar pela transformação, diferenciação e capacidade de adaptação a novos contextos, como pudemos assistir durante a pandemia.

No entanto, ao avaliar a atratividade, os resultados são diferentes. De acordo com o estudo “Randstad Employer Brand Research 2021”, em Portugal, o setor do retalho ocupa o 15.º lugar em matéria de atratividade para trabalhar, algo que não tem comparação com o que se verifica no resto da Europa, onde se encontra no top3.

Então, o que faz de um setor tão estratégico e de elevado potencial uma das últimas escolhas profissionais dos portugueses?

Os principais atores deste segmento têm tentado contrariar esta tendência e muito trabalho está a ser desenvolvido para desmistificar a realidade do setor enquanto empregador, não só no momento da captação de novo talento, mas também na retenção dos recursos existentes.

Forte transformação

Longe vão os tempos em que trabalhar no retalho era visto como uma opção de recurso. Com a transformação digital, a necessidade de inovação e de diferenciação passaram a fatores-chave de sucesso. A ideia de que as ofertas de trabalho se limitam a trabalhar em caixas registadoras e reposição, com salários baixos, está ultrapassada. O setor enfrenta desafios de digitalização e transformação iguais ou superiores aos de outros, apresentando propostas diferenciadoras, pelo desafio e pela remuneração.

Perspetivas de futuro e carreira

A imagem de que dificilmente será possível a progressão na carreira é um dos maiores mitos. Já é normal, no retalho, encontrarmos planos de carreira estruturados e comunicados de forma mais clara do que em qualquer outro setor. Mesmo tratando-se de organizações complexas, a progressão é possível e incentivada, embora não deva confundir-se com facilitismo na progressão.

Salários baixos

O setor tem promovido iniciativas para melhorar a perceção do mercado no que concerne à remuneração. Já existem compromissos de salários mínimos superiores ao legalmente estabelecido, juntando-se a isso pacotes de benefícios bastante apreciados e valores variáveis indexados à performance. Outro ponto relevante, e muitas vezes desconhecido, é que a remuneração para funções de especialização apresenta-se já bastante competitiva.

Work-life-balance

É comum associar-se o retalho ao trabalho por turnos e ao fim de semana. No entanto, muito tem sido feito numa perspetiva de definir novos standards. A atribuição de folgas em dias consecutivos, a frequência de dias de folga ao fim de semana e a possibilidade de recurso a horários flexíveis em situações de necessidade por parte dos colaboradores são algumas iniciativas que começam a ganhar dimensão no setor. Também a possibilidade de progressão de carreira para funções que não sejam de front office dá acesso a mais estabilidade, aumentando o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Estamos, assim, perante um setor em que as perspetivas de carreira são cada vez mais motivadoras, com a possibilidade de acolher perfis com diferentes competências, em que a experiência é fortemente valorizada e que também tem melhorado na conversão de competências e na mobilidade. Compete agora, aos intervenientes, comunicar adequadamente e promover embaixadores do setor no que se refere à atratividade.”

Fonte: Store

 

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